quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Poluentes Radiativos

Entre os vários poluentes radiativos, um dos mais perigosos é o estrôncio 90, que, além de apresentar uma meia-vida relativamente alta, é um elemento metabolizado pelo organismo de forma semelhante ao cálcio. (Meia-vida é o intervalo de tempo no qual a metade de um conjunto de átomos radiativos perde a capacidade de emitir radiatividade.)
A meia-vida é bastante variável entre os elementos radiativos, como se pode observar nos exemplos abaixo:
- à iodo 131 - 8 dias;
- à iodo 129 - 10 milhões de anos;
- à estrôncio 90 - 28 anos.
Como "imitador" do cálcio, o estrôncio 90 - que pode ser adquirido pela ingestão de leite e ovos contaminados - aloja-se nos ossos, próximo à medida. A radiatividade emitida pode alterar a atividade da medula óssea na produção de células sangüíneas, com o perigo de levar o indivíduo a uma forte anemia ou mesmo a adquirir leucemia.
O perigo da radiatividade pôde ser tristemente comprovado no Brasil, em setembro de 1987. Uma bomba de césio (equipamento usado para tratamento de câncer), abandonada nas antigas instalações de uma clínica, no centro de Goiânia, foi aberta a golpes de marreta num ferro-velho. A fonte radiativa, uma pequena pastilha, com pó de césio 137, ficou exposta durante vários dias e foi intensamente manuseada, contaminando mais de duzentos pessoas. Cerca de vinte adoeceram gravemente algumas morreram. Muitas áreas da cidade ficaram contaminadas e várias casas tiveram até de ser demolidas.
Os elementos radiativos, entretanto, quando bem manipulados, podem ser muito úteis ao homem. Por exemplo, o césio 137 er o cobalto 60 são muito utilizados em tratamento de tumores cancerosos ou em bombas que se prestam à esterilização de insetos nocivos à agricultura

Energia Nuclear

( Uma usina de energia nuclear. Vapor não-radioativo sai das torres de resfriamento. )


Energia nuclear consiste no uso controlado das reações nucleares para a obtenção de energia para realizar movimento, calor e geração de eletricidade. Alguns isótopos de certos elementos apresentam a capacidade de, através de reações nucleares, emitirem energia durante o processo. Baseia-se no princípio (demonstrado por Albert Einstein) que nas reações nucleares ocorre uma transformação de massa em energia. A reação nuclear é a modificação da composição do núcleo atômico de um elemento, podendo transformar-se em outro ou em outros elementos. Esse processo ocorre espontaneamente em alguns elementos; em outros deve-se provocar a reação mediante técnicas de bombardeamento de nêutrons ou outras. Existem duas formas de aproveitar a energia nuclear para convertê-la em calor: A fissão nuclear, onde o núcleo atômico se subdivide em duas ou mais partículas, e a fusão nuclear, na qual ao menos dois núcleos atômicos se unem para produzir um novo núcleo. A fissão nuclear do urânio é a principal aplicação civil da energia nuclear. É usada em centenas de centrais nucleares em todo o mundo, principalmente em países como a França, Japão, Estados Unidos, Alemanha, Brasil, Suécia, Espanha, China, Rússia, Coreia do Norte, Paquistão e Índia, entre outros. A principal vantagem da energia nuclear obtida por fissão é a não utilização de combustíveis fósseis, não lançando na atmosfera gases tóxicos, e não sendo responsável pelo aumento do efeito estufa.
As novas gerações de centrais nucleares utilizam o tório como fonte de combustível adicional para a produção de energia ou decompõem os resíduos nucleares em um novo ciclo denominado fissão assistida. Os defensores da utilização da energia nuclear como fonte energética consideram que estes processos são, atualmente, as únicas alternativas viáveis para suprir a crescente demanda mundial por energia ante a futura escassez dos combustíveis fósseis. Consideram a utilização da energia nuclear como a mais limpa das existentes atualmente.